sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A INCOERÊNCIA FAVORITA ou MUITO ALÉM DO CIDADÃO ROBERTO MARINHO

PARA LER OUVINDO: Televisão de Cachorro - Pato Fu

Não costumo acompanhar novelas. Mas quanto mais elas vão chegando ao final, mais me interesso. A última semana é decisiva: é quando tudo de ruim acontece com os mocinhos e os bandidos quase alcançam todos os seus objetivos, até que acontece uma reviravolta e, voilà, final feliz!

Hoje a noite vai ao ar na TV Globo o último capítulo de “A Favorita”. Uma novela que tentou fugir o padrão “Central Globo de Produção”, pero no mucho. João Emanuel Carneiro até arriscou tecendo um enredo onde o bem e o mal não foram definidos desde o início. E se deu mal. As pessoas deixaram de assistir porque não tinham pra quem torcer nem a quem xingar. Então, em busca do precioso IBOPE, os lados foram definidos: Donatela, a mocinha e Flora, a bandida.

Até aí, nada de muito novo. Mas algumas coisas andam me intrigando ultimamente. Como disse anteriormente, não sou uma profunda conhecedora de novelas. E com relação a essa, não é diferente. Mas confesso que, com o início das férias, tenho assistido até que frequentemente. Mesmo assim, peço desculpas aos noveleiros de plantão se eu falar alguma bobagem.

Primeiro foi o caso do tal Romildo Rosa (Milton Gonçalves). Político, corrupto, envolvido com tráfico de armas. No fim, sua filha leva um tiro de uma bala perdida (ah... ironia do “destino”), ele se arrepende de tudo, se entrega pra polícia e vira santo. Um grandíssimo filho da puta, no fim, vira santo.

Ao mesmo tempo, tem a Dedina (Helena Ranaldi). Traiu o marido. Ele perdoou. Ela traiu de novo. Então, merece o inferno. Ok, só quem já levou um chifre sabe o quanto dói. Mas, vamos lá, dá pra comparar um traficante de drogas com uma mulher que traiu o marido?

Aí vem a tal da Donatela (Claudia Raia), que é a mocinha da história. Para fazer a bandida da história, Flora (Patrícia Pillar), confessar todos os seus crimes faz tortura psicológica. De uma forma bem maquiaveliana (aquele dos fins que justificam os meios) ela se utiliza das ferramentas do mal para fazer o bem. Mas, como ela é a boazinha da história, está tudo bem.

Não pretendo, de maneira nenhuma, fazer uma análise moralista da novela das oito. Mas não sejamos ingênuos o suficiente pra achar que é apenas uma novela, apenas uma historinha. Como diz o meu professor de Economia Política, André Viana, sejamos críticos críticos: o que eles querem dizer com isso? Que mensagem querem nos passar?
Fica a pergunta e, abaixo, a citação.

“As crenças não precisam ser coerentes para que se acredite nelas”
[Zigmunt Bauman]

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

PRÓLOGO

PARA LER OUVINDO: O Mundo – Capital Inicial

Quando decidi fazer meu próprio Blog, influenciada pelo delicioso blog de um amigo (algoacerca.blogspot.com), pensei que seria fácil. Pra mim, estava apenas criando uma página na internet, mais uma ferramenta de comunicação, um exercício de escrita. Mas está sendo muito mais difícil do que eu esperava.

Isso me fez parar alguns dias pra pensar. Como é difícil escrever qualquer coisa quando sabemos que ela poderá ser lida por outra pessoa! Quantos e quantos desabafos eu já escrevi facilmente... para mim mesma! Mas para os outros...

O que será que vão achar? Será que vão ler? Uso essa palavra? Ou aquela? Até que ponto posso colocar as minhas angústias, meus desejos, meus pensamentos, meus posicionamentos, minhas dores e meus amores pra todo mundo ler? Até que ponto estou preparada para ser analisada e julgada por amigos e desconhecidos? O que estou pretendendo, afinal?

O rumo que tudo isso vai tomar, acho que só o tempo dirá. Só sei que pretendo ser radical.

"Ser radical é agarrar as coisas pela raiz, e a raiz para o homem é o próprio homem".
[Karl Marx]

Expectativas definidas. Então, mãos a obra!

PS: Dia trinta e um de agosto é o “Dia do Blog” e essa data foi a escolhida devido a semelhança da data 31.08 com a palavra “Blog”. Incrível.